João Loureiro ouvido durante duas horas e meia
João Loureiro, antigo presidente do Boavista, foi hoje ouvido durante mais de duas horas e meia no Tribunal de São João Novo, no Porto, no âmbito do julgamento em que é acusado de fraude e abuso de confiança fiscal.
O antigo dirigente prestou declarações durante toda a manhã, tendo começado por ser interrogado pela procuradora Elisa Cardoso, do Ministério Público, nomeadamente sobre o modo como geriu a SAD boavisteira.
Loureiro disse que tinha o pelouro da venda e compra de futebolistas e reafirmou que a questão do “pagamento do IRC nem se colocava” antes da SAD ser alvo de uma inspecção das Finanças que detectou irregularidades fiscais.
O Departamento de Investigação e Acção Penal do Porto acusa agora João Loureiro e mais dois administradores da SAD, Carlos Pissara e Vítor Borges, de terem lesado o fisco em 3,4 milhões de euros, por não terem entregue dinheiros relativos a IRC, IRS e imposto de selo entre 2001 e 2004.
Na primeira sessão, há uma semana, Loureiro já tinha afirmado que o Boavista não pagou IRC apenas por desconhecimento e hoje, inquirido pelo seu advogado, Lourenço Pinto, disse que nunca ninguém o alertou para o facto de estarem ser cometidas infrações.
“Não tínhamos consciência” dessa obrigação, insistiu hoje, esclarecendo que o valor acordado com um clube ou um agente para a compra de um jogador não contemplava os 15 por cento que o fisco reclama para o IRC.
João Loureiro afirmou também que o título de campeão nacional conquistado em 2001 teve “mais custos do que benefícios” para o Boavista, porque os prémios pagos aos jogadores atingiram entre “2,5 milhões a três milhões de euros”.
Com dívidas ao Fisco e também à Segurança Social, agravadas por crescentes dificuldades financeiras, a SAD "axadrezada" requereu um Plano Extrajudicial de Conciliação (PEC) para regularizar a sua situação, ao abrigo do qual, segundo João Loureiro, pagou cerca de “dois milhões de euros” durante 20 meses.
A aprovação do PEC teve como contrapartida a renúncia de Vítor Borges, o administrador com o pelouro financeiro, que, todavia, permaneceu na SAD com outro cargo, mas com funções praticamente iguais.
Questionado sobre o motivo porque não foi ele a renunciar ao cargo, Loureiro respondeu que a sua continuidade era “uma garantia de estabilidade” perante os credores.
Loureiro disse ainda ter prestado “garantias pessoais” para ajudar o Boavista, sob a forma de “um aval” seu e da sua mulher, que hoje, disse, lhe custam uma prestação mensal que “varia entre três mil e quatro mil euros”, a pagar durante vários anos.
O ex-presidente do Boavista contou também que os administradores remunerados, Carlos Pissarra e Vítor Borges, abdicaram durante algum tempo de receber os seus salários, que, começaram por rondar os dois mil euros mensais líquidos, tendo mais tarde subido para mais de três mil euros.
Pela primeira vez neste julgamento, falou-se do então director-geral da SAD, Paulo Gonçalves, e do seu protagonismo, por exemplo, como “negociador principal” do PEC junto do IAPMEI.
Carlos Pissarra prestou declarações já depois do almoço e afirmou que Vítor Borges tinha conhecimento “parcial” de algumas situações, pois quem tratava delas era “Paulo Gonçalves”.
Pissarra, que tutelava os pelouros jurídico, logístico e comercial, disse que só se lembra de “uma reunião formal” da administração da SAD boavisteira, que foi “a primeira", mas referiu que assinou de uma só vez várias actas do mesmo órgão.
O mesmo administrador admitiu igualmente ter assinado vários cheques “de cruz, sem sequer saber a que se destinavam”, o que levou Lourenço Pinto a perguntar-lhe como podia ele fazer isso, “como vogal do conselho de administração”.
A sessão terminou já por volta das 17:30, tendo ficado assente que o julgamento prosseguirá no dia 2 de Fevereiro, a partir das 09:45.
João Loureiro, antigo presidente do Boavista, foi hoje ouvido durante mais de duas horas e meia no Tribunal de São João Novo, no Porto, no âmbito do julgamento em que é acusado de fraude e abuso de confiança fiscal.
O antigo dirigente prestou declarações durante toda a manhã, tendo começado por ser interrogado pela procuradora Elisa Cardoso, do Ministério Público, nomeadamente sobre o modo como geriu a SAD boavisteira.
Loureiro disse que tinha o pelouro da venda e compra de futebolistas e reafirmou que a questão do “pagamento do IRC nem se colocava” antes da SAD ser alvo de uma inspecção das Finanças que detectou irregularidades fiscais.
O Departamento de Investigação e Acção Penal do Porto acusa agora João Loureiro e mais dois administradores da SAD, Carlos Pissara e Vítor Borges, de terem lesado o fisco em 3,4 milhões de euros, por não terem entregue dinheiros relativos a IRC, IRS e imposto de selo entre 2001 e 2004.
Na primeira sessão, há uma semana, Loureiro já tinha afirmado que o Boavista não pagou IRC apenas por desconhecimento e hoje, inquirido pelo seu advogado, Lourenço Pinto, disse que nunca ninguém o alertou para o facto de estarem ser cometidas infrações.
“Não tínhamos consciência” dessa obrigação, insistiu hoje, esclarecendo que o valor acordado com um clube ou um agente para a compra de um jogador não contemplava os 15 por cento que o fisco reclama para o IRC.
João Loureiro afirmou também que o título de campeão nacional conquistado em 2001 teve “mais custos do que benefícios” para o Boavista, porque os prémios pagos aos jogadores atingiram entre “2,5 milhões a três milhões de euros”.
Com dívidas ao Fisco e também à Segurança Social, agravadas por crescentes dificuldades financeiras, a SAD "axadrezada" requereu um Plano Extrajudicial de Conciliação (PEC) para regularizar a sua situação, ao abrigo do qual, segundo João Loureiro, pagou cerca de “dois milhões de euros” durante 20 meses.
A aprovação do PEC teve como contrapartida a renúncia de Vítor Borges, o administrador com o pelouro financeiro, que, todavia, permaneceu na SAD com outro cargo, mas com funções praticamente iguais.
Questionado sobre o motivo porque não foi ele a renunciar ao cargo, Loureiro respondeu que a sua continuidade era “uma garantia de estabilidade” perante os credores.
Loureiro disse ainda ter prestado “garantias pessoais” para ajudar o Boavista, sob a forma de “um aval” seu e da sua mulher, que hoje, disse, lhe custam uma prestação mensal que “varia entre três mil e quatro mil euros”, a pagar durante vários anos.
O ex-presidente do Boavista contou também que os administradores remunerados, Carlos Pissarra e Vítor Borges, abdicaram durante algum tempo de receber os seus salários, que, começaram por rondar os dois mil euros mensais líquidos, tendo mais tarde subido para mais de três mil euros.
Pela primeira vez neste julgamento, falou-se do então director-geral da SAD, Paulo Gonçalves, e do seu protagonismo, por exemplo, como “negociador principal” do PEC junto do IAPMEI.
Carlos Pissarra prestou declarações já depois do almoço e afirmou que Vítor Borges tinha conhecimento “parcial” de algumas situações, pois quem tratava delas era “Paulo Gonçalves”.
Pissarra, que tutelava os pelouros jurídico, logístico e comercial, disse que só se lembra de “uma reunião formal” da administração da SAD boavisteira, que foi “a primeira", mas referiu que assinou de uma só vez várias actas do mesmo órgão.
O mesmo administrador admitiu igualmente ter assinado vários cheques “de cruz, sem sequer saber a que se destinavam”, o que levou Lourenço Pinto a perguntar-lhe como podia ele fazer isso, “como vogal do conselho de administração”.
A sessão terminou já por volta das 17:30, tendo ficado assente que o julgamento prosseguirá no dia 2 de Fevereiro, a partir das 09:45.